A obesidade é uma doença crônica e grave. No mundo, estima-se que existam mais de 1 bilhão de pessoas com sobrepeso e mais de 300 milhões com obesidade, só no Brasil, aproximadamente 50% da população apresenta sobrepeso e destes 20% são obesos com indicação cirúrgica.
A obesidade apresenta diversas causas, sendo elas, genética / hereditária (carga que sofremos, por alterações de nosso organismo) que tem papel importante, pois com os pais obesos aumenta mais a probabilidade de ficarmos obesos, metabólica que significa a forma e velocidade no qual nosso organismo processa e metaboliza esses alimentos, sendo de forma mais lenta ou rápida. Geralmente, nosso organismo acaba por diminuir o metabolismo e guardar as calorias na forma de gordura. Doenças endocrinológicas, de outras glândulas, podem influenciar nesse metabolismo como doenças da tireóide, hipófise ou mesmo suprarrenais. E outra causa seria a causa ambiental / comportamental / psicológica que basicamente reflete o que comemos a forma que comemos e como comemos, acompanhados em não realizarmos exercícios físicos. Exemplo, podemos usar com o nosso comportamento em casa, com nossa família e trabalho. Existe uma relação de obesidade e comida, pois comer é prazeroso, e quando estamos ansiosos, ou mesmo deprimidos buscamos apoio e conforto na comida, seguido de culpa.
Assim, frente às causas demonstradas, o tratamento cirúrgico não cura a obesidade, mas pode ser uma ferramenta importantíssima para o seu tratamento.
A obesidade é graduada de várias maneiras e índices, porém o mais conhecido é o IMC ou índice de massa corporal, este por sua vez relaciona o peso dividido pela altura em metros ao quadrado. Este índice reflete um número que por sua vez classificamos as pessoas desta forma.
IMC (Kg / m2) | Classificação |
Risco para a saúde |
Menor que 17 |
Magreza excessiva |
Aumentado |
17 a 18,5 |
Magreza |
Moderado |
18,6 a 24,9 |
Peso Normal |
Normal |
25 a 29,9 |
Sobrepeso |
Pequeno |
30 a 34,9 |
Obesidade G I |
Moderado |
35 a 39,9 |
Obesidade G II |
Aumentado |
Acima de 40 |
Obesidade G III ou Mórbida |
Muito aumentado |
Acima de 50 |
Super Obeso |
Muito aumentado |
Acima de 60 |
Super Super Obeso |
Muito aumentado |
Quanto à indicação da cirurgia, podemos indicá-la das seguintes maneiras:
Índice de massa (IMC): As pessoas com IMC maior que 40 Kg/m2 já apresentam indicação para o tratamento cirúrgico, mesmo sem doenças. Pacientes com IMC maior de 35 Kg/ m2 quando apresentam doenças associadas como diabetes, apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia e outras, também apresentam indicação cirúrgica.
Idade: entre 16 e 18 anos, sempre que houver indicação e consenso entre a família e equipe multidisciplinar. Entre 18 e 65 anos, não apresenta restrição quanto à idade. Maior que 65 anos, não existe contraindicação formal, deve ser feita avaliação individual pela equipe, considerando o risco operatório, presença de doenças associadas e expectativa de vida, além dos benefícios do emagrecimento.
Quanto a contra-indicação cirúrgica:
- pessoas que não desejam operar, não é recomendado a ninguém operar devido a insistência de terceiros ou para satisfazer quem quer que seja. O paciente precisa de convicção de que este seja o melhor tratamento.
- pessoas que procuram a cirurgia por fins cosméticos devem ser esclarecidas e orientadas para tratamento clínico com dietas.
- pessoas com risco cirúrgico e anestésico inaceitável, como exemplo doenças graves do coração, fígado, pulmão, usuários de drogas, alcoolismo e doenças psiquiátricas sem liberação do psiquiatra.
- pessoas com obesidade de causa endocrinológica, pois a cirurgia não trará benefícios.
Tipos de operações bariátricasA RESOLUÇÃO DO CFM – Conselho Federal de Medicina- número 1.942, de 5 de fevereiro de 2010, estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos e equipe.